terça-feira, 3 de maio de 2011

Fashion morning

Há dias eu tento escrever e sou impedida por urgências que, sendo urgentes, não podem ser preteridas por esse pequeno deleite. Bom, isso é o que eu penso, mas talvez não seja bem assim.

Provavelmente, certamente, já fui engolida pelo monstrenguinho que criei para mim. Agora que assumi, que dividi com O MUNDO minha singela brincadeira, me sinto obrigada a fazer um texto, a produzir uma coisa bem bonita (!) e de tamanho razoável (!!) pois, afinal, né, não posso decepcionar ninguém.

Ah, foda-se. Vamos tascar uns palavrões logo de início, pra acabar com essa bobagem de mamãe que escreve bonito sobre os rebentos. Não era essa ideia, e se saiu assim alguma coisa, foi por acaso, pela emoção do momento, por que talvez fossem "bonitos" mesmo os sentimentos que mobilizaram meu início. Mas não, não, não, não era essa a ideia. A ideia foi trocar os caderninhos e o facebook, por um lugar mais controlável e menos incerto para escrever as pequenas coisas que me divertem, que me importam, do dia-a-dia com as crianças. Devo lembrar disso, caso o contrário, não encontrarei tempo para dedicar para esse espaço. Não encontrarei porque não tenho. E já estou me alongando.

Hoje de manhã, como ontem baixamos as roupas de inverno, botei no Fran uma meia grossa, listrada, que vai até o joelho. Ele achou lindo aquilo, mas quando botamos as calças, a decepção tomou conta. "Como assim? Não vai aparecer? Então não quero botar!"

Com o Francisco, às vezes (quase sempre) não tem muita negociação. Ele tem manias com comidas e roupas, poucas, mas inegociáveis. Nem pensar em comer nata, manteiga, coco ou cebola. Cebola, nata e manteiga ainda é possível disfarçar. Coco, nem o cheiro é tolerado. Quanto às roupas, o problema são as texturas e as golas. Meus guris são cabeçudos, sempre foi um drama passar qualquer coisa por aquelas vastas cacholas (até que me olhei no espelho, olhei bem para o Rodrigo, e percebi que os coitadinhos não tinham como ser diferentes) mas, depois que passa, quase arrancando as orelhas e os narizes, fica tudo bem. O problema do Fran são as golas no pescoço, qualquer gola, qualquer coisa que encoste no pescoço. Assim, todos os blusões feitos pela avó têm uma enorme gola, que deixa quase os ombros à mostra, e as camisetas e os moletons eu tenho que esgaçar à força. Mas o quê me mesmo que eu ia falar? Ah!

E lá se foram eles, o José meio contrariado e com sono, o Rodrigo, como sempre, achando que está atrasado, embora tenha ainda uns quarenta minutos a seu favor, e o Francisco feliz da vida, olhando pra baixo, observando as lindas meias fofas e listradas que, com as calças dobradas até os joelhos, ficaram como ele queria. Bem aparentes, uma beleza.

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